Missão
A CB Projetos Sociais valoriza e reconhece o potencial pedagógico que a cultura tem no âmbito do fortalecimento da comunidade, do individuo e na construção dos múltiplos saberes, através de um trabalho intensivo de formação, articulação e sensibilização dos envolvidos. Visamos resgatar a cultura das comunidades locais, tendo como base as artes cênicas, a musica, a literatura e outras ferramentas de capacitação social, mobilizando todo o âmbito da comunidade, como suscitando neles o veio da sustentabilidade. Através do fortalecimento de valores, crenças e habilidades, os talentos naturais ou adquiridos, individual e coletivamente são revelados, e os participantes tornam-se gestores de si e da sua própria cultura, reverberando em qualidade de vida e responsabilidade social.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Parabéns, Teixeira de Freitas ! Parabéns, Trupe Quilombola de Teatro de Helvécia!
INICIANDO OS TRABALHOS - HELVÉCIA
A Arte é uma necessidade,um apoio,um amparo. Precisamos de arte não somente como espetáculo, mas como ritual de embelezamento da vida, como estimulo social e cultural. O objetivo específico da tarefa da arte é o desenvolvimento humano e cultural e a cultura vai ser o resultado da expressão artística de uma comunidade. Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos outros animais é a capacidade de produção de cultura, e cultura é um conjunto de valores dos indivíduos de uma determinada sociedade que produzem arte como atividade e manifestação social. A arte não é só deleite, é o registro da nossa complexidade.
Em setembro de 2008, fui para Helvécia, distrito de Nova Viçosa, uma comunidade quilombola do sul da Bahia, levado por Paulo Coutinho, gerente de sustentabilidade da Aracruz Celulose. Fomos lá para fazer um primeiro contato com a comunidade com o intuito de avaliarmos a possibilidade de realizar ali um trabalho de desenvolvimento artístico e cultural envolvendo a população local.
Ao chegar lá, me deparei com a festa de Nossa Senhora da Piedade...
Depois da missa solene na igreja local, vieram os capoeiristas jogando a valer e o show de lambada na praça central repleta de barraquinhas festivas. No pouco tempo que lá fiquei, pude sentir o potencial artístico daquele povo escondido entre as plantações de eucalipto.
Entre comidas e bebidas, ficamos lembrando da história daquele povo. No período de escravidão no Brasil, os negros que conseguiam escapar das fazendas se refugiavam com outros em igual situação em locais bem escondidos no meio das matas. Nestes locais formavam suas comunidades que eram conhecidas como quilombos. Lá, eles viviam de acordo com sua cultura de origem africana, plantando e produzindo em conjunto. Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão. Rejeitando a cruel forma de vida, os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram na África e contribuindo para a formação da cultura afro-brasileira.
Seis meses depois, em 17 de março, retornei a Helvécia.
Dona Tidinha, Dona Faustina, Sr Dudu, Roseli, Dona Elzira, Sr Valmir e outras tantas personalidades daquele vilarejo, me encantaram com seus sorrisos, franqueza e consciência do que são e representam enquanto gestores de cultura local. Os jovens, sedentos de aprender o que ainda não sabem para melhor expressar seus talentos, me acolheram com expectativa e curiosidade.
Compreendi que Helvécia seria para mim, não apenas mais um trabalho profissional, porem a extensão de um ideal humanitário e espiritual que vem sendo a fonte inspiradora da minha arte e consequentemente da minha vida.
São Francisco de Assis me escolheu para contar sua história para todo o Brasil e fazer dela uma obra social que não se limitou ao palco, se estendendendo as populações carentes.
Santo Antônio, enciumado, fez o mesmo!
São Benedito, o negrinho franciscano, nos escolheu a todos nós envolvidos nesse projeto, para contarmos a sua história em Helvécia.
E que a arte seja a voz do entendimento, da comunhão e da felicidade daquele povo.
Paz e bem!
Ciro Barcelos
Aracruz realiza projeto cultural em Helvécia
Em parceria com a comunidade local, a Aracruz está desenvolvendo em Helvécia, no sul da Bahia, um projeto que pretende estimular o desenvolvimento social e a cidadania por meio da cultura e da arte.
Oficinas de teatro, dança, música e atividades afins vão preparar a população para participar de espetáculos de teatro. O primeiro trabalho será o Auto de São Benedito, que será encenado em maio.
Helvécia, que fica em Nova Viçosa, sul da Bahia, vai ter a oportunidade de expressar sua cultura e sua arte por meio de um projeto que a Aracruz está desenvolvendo na região em parceria com a comunidade. A partir da realização de oficias de teatro, dança, música, criação e confecção de figurinos com participação de costureiras, artesãs e bordadeiras locais, a
comunidade poderá se preparar para participar do projeto cultural e artístico.
Para conduzir o trabalho, a Aracruz convidou o diretor, ator e coreógrafo Ciro Barcelos, cujo trabalho é reconhecido inclusive fora do Brasil. Ele já esteve em Helvécia participando de reuniões com a comunidade para conhecer
a realidade da região e fez pesquisas na área musical e folclórica. "A idéia inicial é criar um ambiente educacional centrado nas artes cênicas e que possa formar profissionais em várias áreas afins, tais como coreografia, cenografia, iluminação e sonorização, entre outras", explicou o gerente de Sustentabilidade da Aracruz, Paulo Coutinho.
Segundo ele, os recursos que a Aracruz destinará ao projeto serão reembolsados pelo BNDES, pois fazem parte de um conjunto de projetos sociais apoiados pela instituição como parte de uma operação de empréstimo à empresa.
As oficinas de capacitação serão iniciadas em abril e o primeiro trabalho artístico e cultural desenvolvido será o projeto Auto de São Benedito, a ser apresentado em maio, na Iigreja Católica de Helvécia, envolvendo a população local. Posteriormente, a meta é levar o espetáculo também a
outras comunidades da região.
A história será baseada em um livro de poemas de Cordel que narra a importância e os milagres do santo negro. Paulo Coutinho destacou que o projeto pretende envolver principalmente os jovens da comunidade, contribuindo para capacitá-los a desenvolver outras atividades por conta
própria. "O projeto também vai contribuir para elevar a auto-estima das pessoas e motivá-las para a cidadania", observou ele.
Ciro Barcelos esteve em Helvécia na festa de Nossa Senhora da Piedade e ficou impressionado com o que viu. “A veia artística dos moradores é enorme, o grupo de capoeira é maravilhoso, o toque dos atabaques e o próprio canto na missa têm grande potencial e isso me atraiu. A arte é transformadora”, resumiu ele. Na semana passada, Ciro Barcelos também esteve na Aracruz, em Barra do Riacho, em reunião com a equipe da Sustent para acertar detalhes do projeto.
CIRO BARCELOS – Diretor, ator e coreógrafo renomado, Ciro já fez sucesso na França, Espanha e Itália, passou pela TV Globo e ganhou diversos prêmios.
Hoje é conhecido por sua multiplicidade artística e rigor técnico. Inspira-se em suas experiências de vida e de busca espiritual criando e produzindo espetáculos como: “Jesus, o mistério do amor”, “Circumano” e, seu maior sucesso, “Francisco de Assis”, espetáculo que permaneceu dez anos
em cartaz, com apresentações no Brasil e Itália, e bateu o recorde nacional de 1 milhão de espectadores tornando-se um fenômeno de bilheteria.
HELVÉCIA – A comunidade de Helvécia fica no extremo sul da Bahia, no município de Nova Viçosa, e tem aproximadamente 4 mil moradores. Cerca de 80% da população é negra e carrega uma rica herança cultural. Durante o ano, são realizados dois eventos importantes: a festa de São Sebastião (visitada por mais de 10 mil pessoas) e a celebração de Nossa Senhora da
Piedade. Parte da população vive da lavoura, outros trabalham na prefeitura ou em empresas que prestam serviços para a Aracruz Celulose e outras companhias da região.
A Aracruz já desenvolve algumas atividades a fim de contribuir para a melhoria da qualidade de vida na região. Um exemplo é a biblioteca local, que funciona em instalações preparadas pela empresa e cujo acervo também foi doado pela companhia. Há ainda o curso de informática, que foi viabilizado a partir de equipamentos doados pela Aracruz.
Boa tarde, Ciro, me chamo Marco Aurélio, sou seminarista, a muito tempo assisti na TV o musical Francisco de Assis. Desde de então não paro de assistir. Foi um belíssimo espetáculo que infelizmente só tive a oportunidade de conhecer pelo especial apresentado na TV.
ResponderExcluirSou seminarista e tenho um sonho que não sei quando será possível de realizar, que é de poder encenar esse musical nas comunidades que participo, com a participação dos membros das comunidades.
No entanto tenho procurado o CD da trilha sonora desse musical na net e não tenho conseguido encontrar. Será que seria possível vc me indicar onde posso conseguir esse CD?
abraços e aguardo retorno
caso necessário segue meu e-mail: markinho2006@hotmail.com
abraços e parabéns por tudo o que vc faz é muito legal ........